terça-feira, 30 de junho de 2009

- sopro;

Ela foi lançada tão sutilmente no ar que se poderia encarar como um passo de dança, se não fosse o som de seus ossos se quebrando como papelão. Talvez seja minha imaginação, mas penso que naquele minuto pude contar as batidas do coração que restavam. Seus cabelos lisos se espalharam, o que me pareceu irônico, já que eu sempre achei cachos mais poéticos. Mas eu não desistiria, e sua morte seria linda e leve como ela esperava, e eu também. Eu faria poesia.
Pensei numa frase feita, e me pareceu clichê. Como descrever as ondas que o próprio vento pareceu contornar ao tom do impacto? Como explicar o reflexo da cor azul gritante sobre o giz da sua pele? E aonde todo o meu amor faria jus ao propósito da coisa? Não posso com dores gritantes, impossíveis de se camuflar. Quero algo como lírios rosados ou o assobiar da maresia, porque não? Como uma raiz branca incrustada na rocha, ela se espalharia pelo céu enquanto o chão corria de seus pés.
Assim, parece fácil. Apenas uma bailarina que rodopiava no ar, a bailarina mais linda do mundo.
Mas aonde eu esconderia os meus pedaços?

(macabro, é.)

3 comentários:

  1. a cada dia que pasa acho q não te como vc fazer um texto melhor, só q vc sempre vai la e faz! AHUAHUAHUHUAAHUAHUAHUAHUAHUA foda. Qualquer dia me ensina por favor. ps: SE PA Q EU ENTENDI

    ResponderExcluir
  2. .... me deu um aperto tão grande no peito.
    Tá macabro sim. Tá bonito. Mas dói.

    ResponderExcluir
  3. Sefoder, Taís.
    Só uma palavra pra você: Maravilhoso!

    Obs: Quero conhecer a história por trás desse trecho, sim?
    Obs2: Não adianta negar, porque sei que tem algo oculto aí!

    ResponderExcluir