terça-feira, 1 de dezembro de 2009

- prisma, miscelânia, balança e salto;

Miscelânia, adoro essa palavra, miscelânia. É um tudo muito mais bonito. Assim que vejo as coisas: um redemoinho colorido que até me lembra uma nuvem às vezes... É assim que eu vejo. No meio de tanta cor pra se olhar, quem vai prestar atenção nas sombras negras que às vezes cobrem tudo? Nem eu reparo, se eu não quiser. Mas é difícil não querer... eu sou a única que sei o quanto elas estão ali. O quanto elas podem cobrir se eu deixar de me esforçar por um instante. Porque ninguém sabe o quanto a miscelânia pode ser frágil. Ninguém sabe que todas as minhas cores ficam quase... transparentes às vezes. Sinto tudo ali e de repente, num suspiro, numa lágrima, num solavanco... lá se vão.
E minhas emoções, então, como um facho de luz. Basta um prisma pra que descubram todos os meus segredos. Eu não saberia me entender de outro jeito... A balança pende de um lado para o outro, coisas boas, coisas ruins. Ah, tão irreversivelmente racional que até me irrita... sou a única pessoa do mundo que consegue ser tão racional e irracional ao mesmo tempo; tudo por causa da miscelânia: ela me sobrecarrega. Eu pifo. E então posso ser qualquer coisa, posso dançar sem música. Cores e luzes e ah, esse texto é feito só disso. Posso vê-las passando por meus olhos, qualquer um poderia vê-las se quisesse. Eu acho.
Mas minhas cores estão meio apagadas e o medo é uma sombra constante. Minha janela me traz a luz do dia e o mistério da noite. O caso é que as sombras me assustam, principalmente quando vem uma daquelas que me fazem perceber o quanto tudo está perto do fim. Perto, e longe, cabe a mim e ao acaso decidir. Pois uma decisão errada, um momento impensado, um prisma que cega os olhos, um salto: e pronto, acabou-se tudo.

(ir-ra-cio-nal.)

3 comentários:

  1. precisa falar que ele inteiro ta tiop, MUITO FODA?

    AHUAHUAHUAHUAHUHUAHUAHUHUAA
    vc vai me ensinar qualquer dia!

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  2. E todas as cores que iluminam uma pessoa...
    E eu achei que fosse a única a fazer referência.

    À transparencia! Um brinde!

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  3. acho que busco na poesia uma forma de me desprender um pouco da racionalidade chata

    um abraço

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