quarta-feira, 22 de outubro de 2008

- quarenta e três anos!

Eu larguei a televisão e o sofá, ignorei os protestos do meu corpo cansado, e vim aqui. Apesar da minha promessa de que iria dormir o dia todo hoje, uma história se formava na minha cabeça, e eu precisava começá-la. Eu abri o Word, pois estava tão inspirada que seria capaz de escrever duzentas páginas tão rápido quanto minhas mãos permitissem.
"E agora, o que está acontecendo comigo?"
Foi como se eu tentasse segurar água com as minhas mãos (peço desculpas pela metáfora poética, mas eu acabei de ler um livro sobre uma fantasia épica e estou impregnada). A história, a inspiração, tudo passou como se alguém tivesse apagado tudo da minha mente. Tudo se foi, menos a vontade de escrever.
Tá, sem dramas. Eu nunca tive dificuldade em escrever. Sempre que eu pensava, eu escrevia; eu formulo frases sobre meu cotidiano ao longo de cada dia, na minha cabeça. É tudo uma coisa só. E, como eu ainda não perdi a minha capacidade de pensar, alguma coisa estava errada, certo? Bom, o que importa é que eu já tinha até esquecido a minha história e estava absoluta e completamente frustrada. E eu odeio ficar frustrada, porra. É como se você pudesse ver um rio de idéias pra começar, e todas elas estivessem fora do seu alcance. Você pensa, parece bonito, e quando você escreve parece infantil. Diabos!
Aí eu liguei pro meu pai; digamos, que ele escreve monstruosamente bem (eu ainda posto algum texto dele aqui), e que é meio que a minha inspiração personificada. Hoje é o aniversário dele, e eu liguei pra ele pra perguntar o que estava acontecendo comigo (eu sou mesmo uma filha desnaturada). E ele me disse assim (não, eu não vou esquecer isso nunca): "Você perde as suas histórias por que não acredita que elas sejam realmente boas. Agora para de frescura e vai lá, escreve o que você tá pensando, pra depois você mostrar pro seu pai aqui que se orgulha de você".
Eu acho que essa história é uma daquelas muito fáceis de adivinhar o final.
E ah, eu pensei em fazer uma homenagem pra ele aqui, e então eu pensei que não haveria homenagem melhor do que essa; a maior fonte de admiração que eu tenho dele. E ah, a história? Não vou mostrar pra ninguém por enquanto. Mas está ficando grande.

(parabéns pai *-*)

2 comentários:

  1. Po, eu nunca teria coragem (porque eu morro de vergonha) de mostrar meus textos ao meu pai, ele viu uma vez um que fiz de aniversário para ele e foi o único! Esse lance de perder a história sempre acontece comigo... enfim, parabéns para o seu pai :D

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  2. Puta merda! Como é gostoso ter essa pessoa de inspiração, esse mestre =).
    Orgulho do papai, eu tenho orgulho da minha mamãe.

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