terça-feira, 7 de outubro de 2008

- um dia tudo vai mudar; (2)

O dia de hoje é quase uma contradição.
Eu acordei sentindo aquela paz e aquela coisinha que perturba a minha paz. Eu amei e odiei sentir aquela sensação de tudo estar acabado. Era pra eu ter chorado muito hoje, lembrado de você e de todas aquelas coisas que me machucam; era pra eu ter pedido abraços o dia todo e não era pra eu conseguir pensar no amanhã. Mas eu quase nem pensei em você. Eu não olhei para o chão pra conter as lágrimas, não perdi o rumo das conversas pra olhar pro céu e procurar a sua lua. Hoje eu senti paz, por tudo finalmente ter mudado; e me incomodei, por ter mudado tanto.
Eu acho que nunca vou me conformar com o jeito como as coisas passam. Por mim eu viveria para sempre as mesmas épocas, experimentaria e analisaria cada detalhe, cada jeito de fazer as coisas, cada rumo que eu poderia dar à minha vida. Eu odeio o jeito como ninguém espera eu decidir que cansei da minha vida desse jeito, antes de revirá-la; odeio a nostalgia que me persegue e talvez sempre perseguirá. Um dia tudo vai mudar, eu sempre digo, pra me convencer que eu consigo mudar, e aceitar que o resto mude, pois ele sempre muda.
E quando eu acordei hoje e percebi que eu não ia me desfilar em lágrimas por você ter me abandonado, eu me senti completa, em paz; e quando eu percebi que sim, a nossa história ganhava um final mais definitivo do que nunca, eu quis voltar. Eu sempre quero voltar.
Por que eu ainda amo você com todas as minhas forças, e eu sinto falta de quando eu podia deixar você tomar conta disso. Eu ainda amo você, mas esse amor não é mais seu. Você não pode mais fazer dele o que quiser. E eu amava deixar que você o dominasse.
Apesar de ser um alívio não chorar hoje, as esperanças morrem junto com as lágrimas, a partir do momento em que aquela parte do meu coração que acordou com o seu amor dorme de novo. E eu sou péssima nesse negócio de perder esperanças. Chegou o dia de tudo mudar, afinal. E eu esperava me sentir de qualquer jeito, menos assim, tão dividida. Mas, por mais que me doa isso de colocar um fim em tudo, se eu pudesse escolher, dessa vez, eu não voltaria. Eu não deixaria o que eu sinto controlar as minhas decisões, eu pensaria no que é melhor pra mim; e eu sei que eu não aguentaria reviver a sua partida mais uma vez, por mais que eu reviva a sua presença mil vezes. E é isso que vai fazer essa minha paz não ruir com o tempo.
E hoje foi quase uma contradição, por que eu não deixei que ela se concluísse. Eu segui em frente, olhei pra trás; mas foi só por um momento.
Agora só me resta olhar pra frente.

4 comentários:

  1. As coisas sempre mudam uma hora, e normalmente as coisas têm um fim. Isso vale para a dor também! :*

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  2. tomara que um dia tudo mude pra melhor!
    bj

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  3. Mal Caminho, eu te amo. É incrivel como seus texto se encaixam pra tudo que acontece comigo. ♥

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  4. .... me deixa confusa. Porque ou se tem um vazio por alguem ter arrancado um pedaço, ou um vazio do espaço que nem foi perdido. Dá p entender isso?

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